quarta-feira, 11 de abril de 2012

A história que o mato está encobrindo, literalmente.

As primeiras pessoas que habitaram Juazeiro, obviamente, deixaram seus restos mortais enterrados, mas o que ninguém sabe é que sempre zelaram pela conservação de seus cemitérios, lápides,etc. Que até hoje resistem. Aqui em Juazeiro existe cemitérios muito, muito antigos, mas infelizmente muitos estão sendo cercados por altos muros que escondem nossa história, e nos impedem de até mesmo zelar pela nossa linda e emocionante história. E o que deveria ser um patrimônio de todos nós, juazeirenses, está sendo escondido e tomado pelo mato que cobrem as lápides de nossos ascendentes, feita de forma braçal mas sem deixar de ser sutil e aveludada. Com muito amor e carinho nossos ascendentes deixaram belas obras em nossos cemitérios que não podem se perder. E o que somos nós sem nossa história?! somos um ponto neutro no meio do cosmo.

Sem contar que o muro histórico foi totalmente destruído. E suas pedras, que um dia escravos as encacharam uma encima da outra, hoje está servindo de baldrame de casas. Uma vergonha...

Agora vou mostrar a triste realidade de um dos cemitérios mais antigos da região; o cemitério do Pau D'arco. Lá está enterrada boa parte de minha família( Lima ), dentro os demais está; Maria Alves de Lima(minha tataravó), seu pai Clarindo Lima(meu tetravô, enterrado no comecinho de 1910), Isaura Matos( minha bisavó )[que foi uma das pessoas mais influentes de Juazeiro, pois foi a primeira professora a pisar nessa terra, com 16 anos, vindo de Pedro II casou-se com...](deixa essa história para as próximas postagens), todos enterrados naquele pedaço de terra, que hoje está em descaso.
Mas temos uma figura um tanto quanto enigmática enterrada nesse cemitério; é o Tenente Rufo Luiz do Reis( não se sabe a data do seu enterro mas é por volta de 1880, no máximo); Tenente Rufo era um dos mandachuvas da região, que junto a Clarindo de Macedo(meu outro tetravô, que também se chama Clarindo), comandavam a região de Juazeiro. Eram donos de escravos e eram conhecidos por seus espíritos de cangaceiro. Clarindo mesmo, nunca cavalgou sem seu Rifle na lua da sela, e nunca esqueceu seus 2 chifres de boi( um com torrado, e outro com cachaça da boa ).
Tenho muitas histórias desses dois, muitas mesmo, mas vamos deixar pro próximo poste. Até a próxima...

Força e Honra.

Ezequiel Lima










8 comentários:

  1. Triste e lamentável, a situação dos cemitérios. Louvável e oportuna, a criação do blog. Parabéns, Ezekyel, por lutar pela conservação da nossa história. continue...
    Prof. Alberto Nonato

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  2. Muito bem editada a matéria. Infelizmente fico muito triste assim como você Ezekyel Lima, pois queríamos que nosso passado fosse mais valorizado. Contudo espero que com essa sua iniciativa de primeiramente postar a matéria, que essa possa abrir a mente de nossas lideranças para que possa ser feita uma Limpa no cemitério.

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  3. Concordo com você Ezekyel Lima quando se refere a conservação do Patrimônio Histórico, sabe-se que foi feito um muro no Cemitério do Pau D'arc na tentativa de presevar o esse patrimônio, na ignorância por falta de informação e incentivo do Poder Público Municipal que ao ser procurado pra ajudar fez vistas grossas, foi-se modificado o muro, inocentemente na tentativa de presenvar as lapides de nossas raizes familiares e sabendo que as familias das quais seu entes estão enterrados lá foram procurados pra fazerem uma campanha em prol da presenvação do muro do cemitério.

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  4. Não conheço o cemitério dos Pau Darco (ainda), mas quero conhecê-lo em breve, tanto por interesse pela história local como por obrigação também, já que muitos familiares meus jazem naquele local.

    Lamentável que pedras que integraram o muro original, construído por escravos, estejam sendo usadas em construções modernas, mas essa ignorância não é esclusividade nossa. Quando estive em Marvão, Portugal, no ano de 2008, vi também pedras pertecentes a castelos medievais sendo usadas em alicerces de modernas construções. Um erro caro!

    Quanto aos muros, como foi falado por outro leitor, dona Maria Moreira fez inocentemente, praticamente por conta própria, na tentativa de preservar. Infelizmente o muro anterior não foi mantido de pé. Lamentável também que não haja nenhuma ação do poder público em sequer capinar o mato (e aqui não trato de questão política, mas sim administrativa, isenta).

    Finalmente, em relação ao temido e afamado Ten. Rufo, creio que os restos mortais de seu filho jazem no cemitério São José, centro de Castelo, tão antigo quanto o dos Pau Darco ou até mais antigo ainda. Cabe pesquisa posterior para comprovação ou não.

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    1. Quando você falou no cemitério capinado me bateu uma tristeza e uma felicidade tão grande.
      A imagem que me veio a cabeça foi daquele cemitério bem limpinho, e ao invés do mato, a piçarra que um dia nossos antepassados pisara.
      Felicidade por ainda acreditar que o verei limpo.
      E tristeza por está como está.

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  5. Adorei o Blog! as histórias se assemelham com as que o vovô me conta ( se bem que ele aumenta um pouco. kkk) Fico feliz por saber que alguém tão jovem como você está preocupado com a Memória da nossa Terra. vou visitar sempre, quero saber as origens da minha Família! Boa Sorte e Parabéns!!
    Débora Matos

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  6. Este cemitério é particular? Se for, mesmo assim, é obrigação da adm. municipal em preservar a nossa história. É lastimável a situação em que se encontra o cemitério.

    Sendo particular, fica uma vergonhosa comprovação: o município de Juazeiro do Piauí não conta com um local para sepultar seus munícipes.

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  7. Esse cemitério não é particular, nem da prefeitura. É um cemitério muito antigo, que foi murado e trancado, sem explicação nenhuma; ninguém sabe se a intenção foi conservar ou privar.
    Conservar eu acho que não foi...

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